Linhas de Pesquisa

Linha 1:  As línguas do ramo Jê Meridional e seus dialetos

Aprofundar conhecimento das relações genéticas e históricas entre as línguas Jê Meridionais; sistematizar informações bibliográficas existentes sobre elas; desenvolver pesquisa de campo para documentar as variedades sobreviventes; pesquisar efeitos do contato linguístico nas situações de bilinguismo em comunidades Jê meridionais.

As línguas Jê do Sul são:

• Kaingang
• Xokleng (Laklãnõ)
• Ingain (língua extinta, foi falada na Argentina)

Alguns autores incluem, ainda, uma também extinta língua dos Guayaná (igualmente da Argentina). Não há evidências seguras de que tenham sido Kaingang (como também alguns sugeriram), e não se descarta que tenham falado também o Ingain ou um dialeto deste.

Na língua Kaingang se podem reconhecer diversos dialetos, como: Kaingang paulista, Dialeto do “Paraná” (que não se distribui por todo o Estado, mas apenas na porção ao Norte do Rio Iguaçu e, mesmo nessa parte, não é um dialeto que abrange todas as aldeias), Dialeto Catarinense (entre o Rio Iguaçu e o Rio Uruguai, mas igualmente não homogêneo, sobretudo porque as áreas abaixo do Rio Chapecó apresentam muita relação com aldeias do Rio Grande do Sul), Dialeto Noroeste Gaúcho (abarcando as áreas de Inhacorá e Guarita, no NO do RS, ainda assim apresentando particularidades em Inhacorá), Dialeto Norte Gaúcho (Iraí, Nonoai, Rio da Várzea, Rio dos Índios, Serrinha, Votouro e Ventarra), Dialeto Norte-Nordeste Gaúcho (Ligeiro e Carreteiro) e Dialeto Nordeste Gaúcho (Cacique Doble). Possivelmente houve um Dialeto de Misiones, no século XIX, enquanto existiram comunidades Kaingang na Argentina.

Linha 2: Línguas e dialetos extintos ou em vias de desaparecimento

Promover registro e análise de línguas e dialetos sob forte risco de desaparecimento; contribuir com projetos e aos esforços de comunidades indígenas para revitalização ou conhecimento da língua de seus antepassados; promover o estudo dos materiais disponíveis acerca de línguas e dialetos extintos do Jê Meridional e de línguas Macro-Jê, produzindo análises rigorosas nos níveis linguísticos que a documentação o permitir; promover o estudo comparativo e histórico do ramo Jê Meridional.

Entre dialetos em vias de desaparecimento contam-se, nos trabalhos de pesquisa e de apoio à revitalização desenvolvidos por membros do Grupo Indiomas, o dialeto Kaingang Paulista e o dialeto Nhandewa-Guarani/Tupi-Guarani de São Paulo e Norte do Paraná. O mesmo se pode dizer da língua Tupinambá em Olivença (Sul da Bahia).

Entre as línguas extintas, que são objeto de estudo por membros do GP, estão o Cayapó do Sul, a Língua Geral do Sul (ou Tupi Paulista), a língua dos Arara do Aripuanã (MT) e o Krẽyê (língua Jê que foi falada na fronteira do Pará com Maranhão).

Linha 3: Fonologia e ortografia de línguas indígenas

Contribuir com povos indígenas interessados em processos participativos de definição de ortografia para suas línguas; contribuir com processos de revisão de ortografias de línguas indígenas, quando solicitado por uma sociedade indígena; promover estudos de revisão de análises fonológicas de base Fonêmica propostas para línguas indígenas; promover estudos comparativos de sistemas fonológicos e ortográficos de dialetos de mesma língua e de línguas intimamente aparentadas.

Membros do Grupo Indiomas têm experiências com definição de ortografias nas línguas Ashaninka do Amônea (AC), Nhandewa-Guarani Paulista-Paranaense, Kaingang Paulista e Tupinambá de Olivença. Outras experiências e consultas são dirigidas ao grupo, cujos membros também são autores de diversas publicações tematizando esses processos.

Linha 4: Educação bilíngue de surdos

Contribuir para o campo dos Estudos Surdos no que se refere ao processo de letramento das comunidades surdas na tensão entre os discursos oficiais (documentos, leis, decretos governamentais), as práticas escolares bilíngues e as demandas das distintas comunidades surdas brasileiras; promover trabalhos conjuntos entre pesquisadores surdos e ouvintes a fim de adensar a compreensão do que seja “educação bilíngue” de/para surdos.